A ansiedade é uma resposta natural do nosso corpo ao que percebemos como uma ameaça futura. Embora tenha a função de nos proteger, alguns de seus efeitos podem ser bem desagradáveis. Inquietação, respiração ofegante e estômago embrulhado são apenas algumas queixas decorrentes da ansiedade comuns em consultórios de psicologia.
Isso acontece porque a ansiedade tem o potencial de se tornar um problema de saúde, gerando prejuízos no seu dia-a-dia e em seus relacionamentos pessoais. Determinados sintomas, quando associados à preocupação constante, podem ser indícios que você precisa de ajuda profissional para manejá-la. São alguns deles:
- inquietação
- cansaço
- dificuldade de concentração
- irritabilidade
- tensão muscular
- dificuldade em adormecer
Em uma terapia, cabe ao psicólogo auxiliar seus pacientes a desenvolverem ferramentas pelas quais seja possível lidar de forma saudável com sensações desagradáveis – incluindo as disparadas pela sua ansiedade. Frequentemente, um dos primeiros trabalhos a ser realizado por um bom profissional de saúde mental é o que chamamos de psicoeducação. Trata-se de uma contextualização que auxilia os pacientes a entenderem e identificarem melhor o que sentem.
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Embora tão presente no dia-a-dia de tantos, muitas pessoas desconhecem dados simples que podem ajudar a repensar a maneira pela qual compreendemos a ansiedade. Os três itens a seguir contemplam algumas destas informações:
1. Desagradável, porém necessária
Você consegue imaginar como seria a sua vida se você nunca tivesse sentido ansiedade? Em um primeiro momento, isso até pode soar como algo bom, mas é importante lembrar que a ansiedade nos prepara para lidar com o futuro. Por exemplo, se você não sentisse ansiedade, será que você teria se preparado para provas escolares e/ou entrevistas de emprego? Será que você teria se preocupado em causar uma boa impressão em um primeiro encontro? Ninguém gosta de sentir os efeitos da ansiedade, ponto final. Porém, é inegável que em doses saudáveis a ansiedade é, na verdade, adaptativa e pode trazer resultados positivos.
2. Todos nós sentimos ansiedade
Qualquer pessoa que fala que nunca fica ansiosa não está falando a verdade. Isso porque sentir ansiedade é um tipo de “herança” que ganhamos dos nossos ancestrais, que sobreviveram a ameaças e predadores ao longo do tempo graças a ela. É absolutamente normal e esperado sentir ansiedade em determinadas situações. Inclusive, não é raro senti-la de forma recorrente e intensa (a ponto de se tornar um problema) quando se mora no Brasil. Infelizmente, nosso país lidera uma posição nada favorável no campo da saúde mental: segundo um relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS) publicado em 2017, o Brasil é o país que mais sofre com ansiedade no mundo. Mais precisamente, esse relatório indicou que 18,6 milhões de brasileiros possuíam algum tipo de transtorno de ansiedade (para mais informações, acesse: https://www.who.int/mental_health/management/depression/prevalence_global_health_estimates/en/).
3. Sua ansiedade é temporária
Na maior parte das vezes, a ansiedade dura apenas alguns minutos. Em momentos de ansiedade aguda, pode parecer que o sofrimento será interminável. Porém, é importante lembrar que por mais intensa que seja, toda emoção vai embora. Para confirmar isso, você pode resgatar em sua memória algum momento em que se sentiu muito ansioso no passado. No fim, suas emoções desagradáveis desapareceram depois de algum tempo, certo? Ademais, caso seja muito difícil suportar o tempo que a sua ansiedade demora para diminuir de intensidade, existem algumas técnicas simples como a respiração diafragmática que podem te ajudar.
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De maneira geral, a ansiedade é importante e necessária para o seu desenvolvimento e não há motivo pelo qual se envergonhar dela. Da mesma forma, não existe porque sentir vergonha se você precisar de ajuda para manejá-la. Afinal, você muito provavelmente não se sentiria culpado por buscar ajuda para lidar com uma dor de cabeça ou perna quebrada, por exemplo. O fato de possuir um sofrimento que é psicológico não o torna menos importante e digno de atenção.
Com a ajuda de um psicólogo, você pode aprender algumas maneiras novas de pensar sobre a sua ansiedade e também de responder a ela. Cabe lembrar que uma psicoterapia é um processo de autocuidado que requer dedicação constante – tanto do psicólogo, quanto do paciente. Ao investir em si mesmo, é possível fazer as pazes com a sua ansiedade, obtendo maior equilíbrio emocional e bem-estar no cotidiano.
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